Author(s): Rebeca Waltenberg
Vivemos um momento em que precisamos responder criativamente às necessidades ecológicas das cidades, ameaçadas por uma crise ambiental em escala global. Acreditamos que essas respostas serão obtidas em diálogo com outras disciplinas, como a agricultura urbana e as artes, em um contexto de um urbanismo que é cooperativo, multiescalar, que acolhe novas práticas e sensibilidades para resolver problemas urbanos. Este projeto é um desdobramento da dissertação de mestrado “Hortas Urbanas e Arquitetura: Solos Artificiais em Campo Ampliado” (2019), contempla as dimensões da experiência e da ação e considera o que provoca para além do construído. É fundamental envolver as pessoas no debate e na produção de respostas e as hortas urbanas possuem um potencial de atuarem como laboratórios ecológicos, onde é possível testar novas formas de viver (e desejar) nas cidades. Identificamos oportunidade nos interstícios, para elementos que se acoplam ao pré-existente, de forma temporária, transformando a paisagem e inspirando novas ações, proliferando-se como uma erva-daninha. Este dispositivo é parte dessa experimentação prática e teórica, em que o arquiteto se vê tanto agente quanto participante dos processos de reinvenção da paisagem. Estabelece-se inicialmente um verde tridimensional, com uma “ação de armar”, capaz de denunciar o volume ocioso na paisagem, em seguida, pode ser transformado em outros dispositivos, em ações de “envolver” (acoplar a superfícies) e “pulverizar” (espalhamento de módulos). São compostos por materiais acessíveis, espécies comestíveis viáveis para climas tropicais e manual com informações iniciais. Pensado para ser deslocado, reapropriado, potencializar usos pré-existentes, requalificar espaços degradados e inspirar novas ações!
Volume Editors
ISBN
978-1-944214-30-2