Author(s): Adriano Rapassi Mascarenhas, Alexandre Prisco, Nivaldo Vieira de Andrade Junior & Paraíso Barreto
Historicamente, o frontispício formado pela Cidade Baixa e seu porto, pela silhueta da Cidade Alta pontuada pelas torres das suas igrejas e pela encosta verde que as separa, com cerca de 60 metros de altura, é, indiscutivelmente, a imagem mais representativa de Salvador. Os dois imóveis objeto desta intervenção são parte fundamental deste frontispício e compõem o conjunto urbano tombado em nível federal e inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco, além de estarem situados ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, tombada individualmente em nível federal. Em 2010, após anos de abandono, um desabamento destruiu grande parte de um dos dois casarões, construído no início do século XX. Sobreviveram ao desabamento as paredes perimetrais laterais, a fachada posterior, parte das paredes internas e alguns trechos da fachada principal eclética, com destaque para a extremidade nordeste. Após o escoramento emergencial do imóvel arruinado, o IPHAN decidiu que ele e o imóvel vizinho, abandonado, porém razoavelmente íntegro, deveriam abrigar um cerimonial destinado a abrigar eventos, tendo em vista que ambos pertencem à irmandade da igreja lindeira, uma das mais procuradas da cidade para celebração de casamentos, mas que não possui espaços adequados para abrigar as recepções. O principal desafio enfrentado no projeto foi o de reintegrar a lacuna que o desabamento criou no frontispício de Salvador, preservando, porém, os elementos remanescentes do desabamento, que foram preservados e integrados na nova arquitetura. A nova fachada adota uma expressão contemporânea, porém integrada ao frontispício.
Volume Editors
ISBN
978-1-944214-31-9